As origens dos contos de fadas
Sabe-se que os primeiros contos foram adaptados para as crianças por volta do século XVII, época em que, após terem sido devidamente expurgados e suavizados, passaram a ser considerados como Literatura infantil, relata Costa (2008). Teriam nascido na França como narrativas orais, contadas pelos adultos, sempre considerando os problemas humanos universais. Ainda hoje é possível perceber, nos contos de fadas, motivos existenciais primitivos que sobrevivem nas sociedades modernas, caracterizando os valores que se mantém, apesar da transitoriedade temporal e espacial.
Para Abramovich (1997) a universalidade e a permanência dos contos de fadas só foram possíveis devido ao alto nível de sua qualidade artística e à sua força cultural. A escritora nos oferece como exemplo deste caráter universal e permanente a história de Cinderela: sabe-se de uma versão da história no Antigo Egito, com o motivo do pé pequenino que seria o único a caber num sapatinho de cristal – narrativa provavelmente originária da China, onde existia o costume de comprimir os pés femininos para não crescerem (como ideal de beleza).
Segundo Cascudo, (1984), não há como calcular a antigüidade dos contos tradicionais, mas o autor acredita ter desaparecido muita história preciosa. Para ele, o segredo dos contos que resistiram ao tempo é um mistério. E ainda que muitos estudiosos tenham explicado a durabilidade de determinadas histórias, o fato é que, para o pesquisador, a “explicação anoitece ainda mais o mistério” (p. 167)
O maravilhoso foi uma das principais fontes de onde nasceu a Literatura. Apesar de nascidos para o prazer dos adultos, a gradativa intelectualização da Cultura os “transformou” em Literatura infantil, conta Machado (2002).
Mas é certo que os homens não vivem sem o “maravilhoso” e a Era da Técnica, que cada vez mais atinge espaços antes inimagináveis (incluindo o virtual e o interplanetário), inventa um novo “maravilhoso” com os super-heróis e