As Opera Es Matem Ticas
Profª Odete Inês Nava Spricigo odeteines@yahoo.com.br OS ALGORÍTMOS MATEMÁTICOS
Um pouco de história
Há séculos atrás, houve grande rivalidade entre abacistas e algoristas.
Como era bastante difícil fazer cálculos com algarismos romanos, os abacistas utilizavam o ábaco para calcular e apenas registravam o resultado nesses algarismos. Já os algoristas, adotavam os símbolos indo‑arábicos e técnicas operatórias que lhes permitiam utilizar esses mesmos algarismos nos cálculos.
Venceram os algoristas, e, até hoje, utilizamos as mesmas técnicas operatórias surgidas naquela época. A superioridade de tais técnicas operatórias deve‑se à sua mecanização, o que simplifica os cálculos.
No entanto, para que os alunos compreendam essas técnicas operatórias, é fundamental que, ao ensiná‑los, as mesmas sejam justificadas através das propriedades que estão sendo utilizadas a cada passo.
Compreender o que se esta fazendo e por que se pode fazer alguma coisa desta ou daquela maneira é motivador e estimulante. Ao lidar com um algoritmo, isso também é verdade. Se a criança percebe por que “vai um” numa adição, por que "empresta um” numa subtração etc., ela começa a sentir melhor o significado das operações no sistema de numeração decimal e a valorizar mais o importante papel dos algoritmos, isso é, para a criança algo como achar o "fio da meada".
Ao contrário, a apresentação dos algoritmos unicamente nas suas formas finais, acabadas e compactas, parece inibir a compreensão e a curiosidade da criança. A apresentação da origem dos algoritmos, ou seja, da sua gênese, pode ser feita "em espiral" , isto é, de forma recorrente, a partir das primeiras séries do 1º grau. Pode-se avançar, de cada vez, até onde o desenvolvimento cognitivo da criança o permita, e retomar as etapas anteriores sempre que se voltar ao assunto.
DANTE, Luiz Roberto. Algoritmos e suas Implicações
Educativas. In:Revista do Ensino de Ciência, São Paulo, FUNBEC, 1985,