As motivações que levam à criação do próprio negócio
Por Rogério Chér
Ao abordar as motivações mais comuns que transformam empregados em empregadores, é fundamental atentar para fatos e experiências do mundo dos negócios. E as pesquisas são úteis nesse sentido, tal como a do Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena e Média Empresa (SEBRAE) de Minas Gerais (1998), intitulada Fatores Condicionantes da mortalidade de empresas: pesquisa piloto realizada em Minas Gerais. Vejamos os seus resultados.
A pesquisa identificou que 64% das empresas constituídas durante o ano de 1996continuavam vivas em abril de 1997; as demais – 36% - haviam falido ou simplesmente não foram localizadas (18%). A partir dos dados coletados, foi possível concluir que 36% das empresas fecham ou desaparecem com até um ano de atividade e 47% com até dois anos. Números que desmentem a paradigmática estatística segundo a qual 80% dos negócios não ultrapassam dois anos de existência.
Mas os resultados dessa pesquisa mostraram detalhes mais significativos. As empresas bem-sucedidas, que não encerraram suas atividades no período pesquisado, apresentaram portes maiores do que as que não tiveram a mesma sorte. Do ponto de vista do perfil acadêmico dos sócios das empresas, o grupo daquelas extintas era marcado, em geral, por um padrão de escolaridade bastante inferior ao do grupo das empresas de sucesso.
Outra conclusão importante é que a experiência profissional anterior e o conhecimento prévio do ramo de negócios parecem ter ampliado as chances de sucesso dos empreendimentos que continuaram ativos. O percentual de sócios que apresentavam experiência prévia no segmento mostrou-se maior entre os bem-sucedidos, o que enseja um dado revelador do sucesso dessas empresas.
A natureza dessa experiência anterior no mesmo ramo de negócios parece exercer um impacto ainda mais significativo sobre as chances de sucesso ou fracasso dos empreendimentos, na medida em que mais de 51% dos empresários das