As margens da alegria
Em “As margens da alegria”, Guimarães Rosa, nos traz como personagem principal um garoto chamado pelo autor de “O menino”. Os outros personagens também só são conhecidos pelo grau de parentesco com ele.
O menino faz uma viajem de avião para uma cidade em construção, provavelmente Brasília, e se deslumbra com as paisagens externas. Essa viagem lhe é inédita, e lhe traz sentimentos de fascínio. Nesse momento o autor passa a chamá-lo de “O menino”, ao invés de “um menino”, como o chamava anteriormente, representado o crescimento do mesmo.
O auge dessa felicidade se dá quando o menino encontra um peru, fica extremamente fascinado com a ave. Pouco tempo depois descobre que a ave havia morrido. Foi aí que uma densa tristeza o atingiu, potencializada com a visualização da derrubada de uma árvore.
Algum tempo depois, o garoto pensa ter visto o peru novamente. Tolo engano, era outra ave, que estava bicando a cabeça da primeira. Aí, o menino entra em contato com uma difícil experiência relacionada com o ódio e a inveja. Sua tristeza só é aliviada quando visualiza um vaga-lume no breu, significando um sinal de esperança, uma “luz no fim do túnel”.
A história foi escrita por Guimarães Rosa em meados do século XX, época que o Brasil teve seu maior indicie de crescimento econômico e, por isso, maior indicie de urbanização. Por isso percebe-se que a história é uma metáfora à “invasão” das grandes cidades em detrimento do campo. A chegada das grandes cidades é representada pela cidade em construção, o peru degolado e a árvore derrubada fazem referência às perdas inerentes a esse tipo de mudança, já o vaga-lume, representa a forma pacífica como campo e cidade podem