As estruturas elementares do parentesco
Já em 1850 quando os antropólogos começaram a estudar o parentesco, estes perceberam a existência de uma enorme variedade de sistemas de casamento pelo mundo e que denunciavam uma variedade de normas acerca dos casamentos possíveis e não possíveis. Tais normas arbitrárias representavam uma imagem de caos no qual a afirmação mais óbvia e possível era apenas de que existiam regras e que estas eram variáveis.
Lévi- Strauss ao analisar uma grande quantidade de material etnográfico sobre os diferentes sistemas de casamento e suas regras, conseguiu perceber que em meio a este caos de regras variáveis e aparentemente absurdas, existiria com relação a algumas normas um aparecimento repetitivo em casos de sociedades distintas, repetição que não era mero acaso, mas demonstrava a existência de uma ordem subjacente, isto é, de uma “regra chave”.
Partindo da observação, da análise e abstração o autor conclui que tal regra representava a proibição do incesto (proibição do casamento entre parentes). A proibição do incesto enquanto regra aparecia sob o caráter duplo de ser simultaneamente particular e universal. Universal pelo fato de que em todas as sociedades analisadas existia aqueles entre os quais o casamento era proibido devido aos mesmos serem parentes. Particular pelo fato de que as normas que regulam tal proibição variam de cultura para cultura, nesse sentido, o tabu do incesto se fazia universal quanto à forma e variável quanto ao conteúdo. Desse modo ao se conceber a natureza ligada à universalidade e as normas à cultura, é no tabu do incesto, segundo Lévi-Strauss que encontramos a chave da passagem entre esses dois domínios, ao desvendá-lo o autor, não somente causa uma reviravolta no campo antropológico, mas coloca fim a discussão que se estendia sobre o questionamento de onde terminaria a natureza e onde começaria a cultura.
O tabu do incesto representava o supra-sumo do estruturalismo lévi-straussiano, é