Gerativismo
Contexto, 2008, v. 1, p. 127-140.
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GERATIVISMO
Eduardo Kenedy
1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo, apresentaremos em linhas gerais os principais aspectos que caracterizam a corrente de estudos lingüísticos conhecida como gerativismo.
Analisaremos a concepção de linguagem humana que norteia as pesquisas dessa corrente, bem como faremos uma exposição da maneira gerativista de observar, descrever e explicar os fatos das línguas naturais. Trata-se de uma visão geral, introdutória e simplificada, destinada ao estudante que conhece pouco ou nada sobre o gerativismo. Nas indicações bibliográficas, apresentadas ao fim do capítulo, o leitor encontrará sugestões de leituras em português para prosseguir nos estudos sobre o assunto. 2. A FACULDADE DA LINGUAGEM
A lingüística gerativa – ou gerativismo, ou ainda gramática gerativa – é uma corrente de estudos da ciência da linguagem que teve início nos Estados Unidos, no final da década de 50, a partir dos trabalhos do lingüista Noam Chomsky, professor do
Instituto de Tecnologia de Massachussets, o MIT. Considera-se o ano de 1957 a data do nascimento da lingüística gerativa, ano em que Chomsky publicou seu primeiro livro,
Estruturas sintáticas. Trata-se, portanto, de uma linha de pesquisa lingüística que já possui 50 anos de plena atividade e produtividade. Ao longo desse meio século, o gerativismo passou por diversas modificações e reformulações, que refletem a preocupação dos pesquisadores dessa corrente em elaborar um modelo teórico formal, inspirado na matemática, capaz de descrever e explicar abstratamente o que é e como funciona a linguagem humana.
A lingüística gerativa foi inicialmente formulada como uma espécie de resposta e rejeição ao modelo behaviorista de descrição dos fatos da linguagem, modelo