Roteiro de leitura – claude lévi-strauss, as estruturas elementares do parentesco
1. A passagem da natureza à cultura não é datável, sendo justamente por não ser possível uma significação histórica aceitável que há nessa passagem “um valor lógico que justifica plenamente sua utilização pela sociologia, como instrumento e método” (p.41).
2. O propósito da discussão sobre os estudos feitos com bebês e “crianças selvagens” refere-se a uma tentativa de descobrir na prática onde começa a cultura e acaba a natureza. Nos dois casos Lévi-Strauss atenta para a impossibilidade de se atingir tal objetivo com as referidas tentativas: Nos bebês é impossível saber se suas reações referem-se a ausência da cultura ou de mecanismos físicos ainda por se desenvolver – além do fato de que o próprio ambiente em que se isola a criança é tão artificial como a cultura. No caso das “crianças selvagens”, a problemática se dá por muitas vezes elas terem sido abandonadas por defeitos congênitos.
3. Não se pode afirmar que, a partir dos referidos estudos com os grandes símios, estes tenham cultura, devido a ausência de regras: apesar de seu caráter instintivo não ser tão nítido como entre outros mamíferos, a “ausência de regras parece oferecer o critério mais seguro que permita distinguir um processo natural de um cultural” (p.46)
4. Tanto na natureza como na cultura existem regras, embora as da primeira se manifestam pela herança biológica, as da segunda pela tradição externa: “Estabeleçamos, pois, que tudo quanto é universal no homem depende da ordem da natureza e se caracteriza pela espontaneidade, e que tudo quanto está ligado a uma norma pertence à cultura e apresenta os atributos do relativo e do particular” (p.47)
5. O incesto apresenta-se dotado deste caráter distintivo entre fatos da natureza e fatos da cultura justamente por ser uma regra social única, válida em todas as sociedades, com caráter de universalidade.
Capítulo 2.
1. São três os tipos de explicações que Lévi-Strauss apresenta, sobre aqueles que se preocuparam com o problema