As diferenças nomeadas em sala de aula e o processo de exclusão escolar
Este artigo constitui-se de reflexões a partir de uma investigação concluída, apresentando os resultados desta pesquisa realizada junto ao Programa de Pós Graduação
em
Educação
(PPGE)
da
Universidade
Federal
de
Uberlândia
(FACED/UFU). Pretendeu-se situar o debate sobre as análises dos processos de exclusão/Inclusão Escolar a partir da nomeação dos diferentes no âmbito da sala de aula. Essa pesquisa foi realizada numa Escola Municipal de Uberaba com uma das classes de sétima série do Ensino Fundamental. Tomou-se, como eixo de análise, as diferenças inferiorizantes. Essas diferenças se materializavam por meio de processos de hierarquização e de uso de violência velada sob o viés da indisciplina. A materialização dessas diferenças sustenta-se em oposições binárias como categorias de exclusão. Nessa perspectiva, para
este
trabalho,
selecionou-se
os
seguintes
binarismos:
homossexualidade/heterossexualidade; síndromes/ausência de síndromes; beleza/feiura; disciplina/indisciplina e negritude/branqueamento.
A metodologia utilizada teve por base a pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os professores, diretora, supervisora educacional, e psicóloga da escola.
O Modelo Neoliberal e as Diferenças entre os Diferentes
Os questionamentos em relação ao modelo neoliberal e suas implicações na escola aprofundaram as reflexões sobre a questão de como lidar com as diferenças em sala de aula. Isso não significa que esse d ebate tenha surgido agora, mas
que nos moldes da escola tradicional, as diferenças foram
“esquecidas”, relegadas a segundo plano. Com a volta dos debates acerca da crise educacional, essa discussão volta à tona.
Esteban (2004) toca no âmago dessa discussão ao refletir sobre a exclusão dos diferentes:
A relação entre exclusão,