Propriedades das Argilas
COMUNICAÇÕES TÉCNICAS
“ARGILAS: O QUE SÃO, SUAS PROPRIEDADES E
CLASSIFICAÇÕES.”
João M. L. Meira
Geólogo
INTRODUÇÃO
GRUPOS DE ARGILAS
O termo argila permite vários conceitos subjectivos e interpretativos, tornando-o, de certa forma, indefinível e com vários sentidos. Os vários conceitos de argila são função da formação profissional, técnica ou científica dos que por ela se interessam (geólogos, pedólogos, agrónomos, químicos, mineralogistas, petrólogos, ceramistas, engenheiros civis, sedimentólogos, etc.), quer seja pela sua génese, quer seja pelas suas propriedades, quer ainda pelas suas aplicações.
De facto, o termo argila representa para um ceramista um material natural que quando misturado com água se converte numa pasta plástica, para um sedimentologista representa um termo granulométrico que abrange todos os sedimentos em que dominam as partículas com diâmetro esférico equivalente inferior a 2micron, para um petrologista é uma rocha, para um mineralogista é um mineral ou mistura de minerais argilosos que apresentam estrutura essencialmente filitosa e granulometria muito fina e, finalmente, para um leigo uma argila ou barro é um material natural onde, quando húmido, a bota escorrega.
Num mineral argiloso os elementos mais frequentes (oxigénio, silício, alumínio, ferro, magnésio, potássio e sódio), no estado iónico, assemelham-se a esferas que se arranjam em modelos estruturais tridimensionais. Os arranjos fazem-se segundo sete modelos diferentes, pelo que é considerado igual número de grupos sistemáticos nos minerais argilosos cristalinos, a saber: grupo da caulinite, grupo da ilite, grupo da montmorilonite, grupo da clorite, grupo da vermiculite, grupo dos interestratificados e grupo da paligorsquite e sepiolite.
Cada grupo compreende várias espécies, cujo número se deve em particular à substituição atómica isomórfica muito comum nos minerais argilosos.
GÉNESE DOS MINERAIS ARGILOSOS