AS CONDIÇÕES EXTERNAS DA APRENDIZAGEM
Ao recebermos uma criança com a queixa de fracasso na escola, não podemos deixar de considerar as causas externas que influenciam nesse fracasso, sendo o meio de onde ela vem capaz de contribuir em grande escala para que ele se estabeleça. Quando este meio for precário e inadequado para brincar, quando a família não se constituir de forma organizada, onde cada um de seus membros tenha um papel definido, quando o diálogo não existir de maneira clara entre eles, não permitindo que as informações circulem, quando a escola não reconhecer a subjetividade de seu aluno, todos estes fatores associados serão geradores de problemas de aprendizagem.
Ao chegar na escola, esta criança se vê frente a um novo mundo onde conceitos até então desconhecidos, passam a ser “ensinados” a ela, deixando de lado todo o seu conhecimento anterior, esquecendo toda a sua vida familiar e as dificuldades existentes no precário lugar em que mora. O que se passa na cabeça desta criança com os conceitos científicos que são ensinados a ela na escola? De que forma ela assimila estas informações e as desenvolve internamente? Na maioria das vezes, a criança não consegue assimilá-las por um simples motivo: tais informações não contêm significado para ela. Em outras palavras,
“um conceito é mais do que a soma de certas conexões associativas formadas pela memória, é mais do que um simples hábito mental; é um ato real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio de treinamento, só podendo ser realizado quando o próprio desenvolvimento mental da criança já tiver atingido o nível necessário”. (Vygotsky, 1987, p.71)
A escola ideal deve proporcionar à criança espaço para que torne significativo o aprender, promovendo efetivamente o conhecimento e, conseqüentemente, oportunizando a ela a apropriação deste conhecimento. “Permitir à criança apropriar-se de um conhecimento é permitir-lhe fortificar seu ego, na medida