As condições de Relacionamento entre Senhores e Escravos na obra de Gilberto Freyre
O escravo negro na vida sexual e familiar do brasileiro
Casa Grande e Senzala mostra o dualismo existente na formação da sociedade brasileira, de um lado a Casa Grande onde moravam as famílias dos senhores de engenho, formadoras da elite brasileira. E a senzala, onde ficavam os escravos, responsáveis pelo trabalho e pela geração da economia que movia a sociedade colonial brasileira do século XIX.
Neste capitulo Freyre faz referencia de maneira clara da importância do negro africano, e da contribuição para o desenvolvimento do Brasil, enquanto agrário e colônia de Portugal, equiparando a pessoa do índio brasileiro. O autor faz uma construção da característica do índio como “introvertido” e falta de expressividade, fazendo uma semelhança com a pessoa do negro escravo, em que ele atribui uma característica de um negro, “eloquente”, “domável”, e “extrovertido”, entre outras forças que fizeram desse povo uma grande mão de obra de trabalho para o desenvolvimento econômico e cultural desse país.
Outro fator que contribuiu para a escravização do negro ao invés dos indígenas segundo Freyre, foi que os negros já sabiam cultivar a terra, cuidavam de gado e utilizavam sua carne e seu leite, enquanto que os indígenas ainda eram nômades. Enfim, pois toda a vida no engenho perpassava pelas mãos dos negros, desde a alimentação, ao cuidar dos filhos dos seus senhores. Porém, segundo Gilberto Freyre, ele vai caracterizar também os africanos vindos para o Brasil como melhores culturalmente que os índios. Suas festas eram feitas com mais alegria e vivacidade que a dos que aqui habitavam. A Bahia, onde foi situado o grande refúgio de negros vindos para o Brasil, é conhecido por ser um povo muito festivo. Além disso, a cultura dos africanos que vieram para o Brasil era mais adiantada que a dos de outros territórios africanos, eram mais cheias de lendas, mitos, rituais, festas, com gastronomia e astrologia mais