Formação do povo brasileiro
O objetivo desta monografia é apresentar, sob a perspectiva de diversos autores ligados aos estudos históricos e sociológicos brasileiros, as relações paternalistas que se desenvolveram ao longo do período colonial de nosso país, bem como costumes da época tratada. Tendo como base a importante obra de Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, que introduz o conceito de homem cordial como um dos elementos da sociedade colonial, também faremos incursões pelo legado de Gilberto Freyre, Raymundo Faoro, entre outros autores. O estudo dessas relações é importante não só para uma melhor compreensão do que foi a vida na colônia, mas para perceber a persistência de muitas de suas características na atual sociedade brasileira. Portanto, nossa intenção é apontar, desde suas origens na Península Ibérica e considerando as adaptações que sofreram nestas terras tropicais, como se formaram as relações entre os colonos e desmistificar a visão extremamente estratificada de se ver o mundo colonial brasileiro, pela qual as unidades senhores de engenho e escravos eram totalmente opostas. Ver-se-á que essa rigidez, ocasionada mais pela divisão de trabalho existente no universo produtivo e fatores econômicos (visto que o tráfico de escravos negros rendia bons lucros à Metrópole) do que por diferenças raciais, não funcionava em tão larga escala. Pelo contrário: constitui-se, entre senhores e escravos, segundo os relatos de Sérgio Buarque, “as suas relações [dos escravos] com os donos oscilavam da situação de dependente para a de protegido, e até de solidário a afim” (BUARQUE, 1995, Pag. 55). Dessa forma, introduz-se aqui uma contribuição, que se espera ser de grande valor, para os estudos do Brasil Colônia.
AS ORIGENS DO PATERNALISMO COLONIAL
Raízes do Brasil é um livro que “nasceu clássico”, nos dizeres do professor Antonio Candido, por fazer uma interessante e diferenciada análise da sociedade colonial do Brasil. Entre seus méritos, está o de buscar