as cidades agroindustrias fechadas
Apesar de os anos 70 quando o Proálcool foi lançado e consolidado terem sido de expansão econômica, a taxa de crescimento populacional da região de Ribeirão Preto (2,45% por ano) foi menor que da média do Estado para esse período (3,5% anuais) (Fundação IBGE, 1971). Durante os anos 80, os efeitos da recessão foram muito mais agudos na Região Metropolitana de São Paulo e na Baixada Santista do que na região de Ribeirão Preto, que continuou a crescer, apresentando taxas de crescimento (2,59%) ligeiramente mais altas do que a média do Estado (2,02%) (Fundação IBGE, 1981). A região atrai migrantes nos anos 70 e 80, mas nunca na mesma escala que os centros industriais e suas periferias.
A explicação dessa situação reside na relação entre atividade econômica e urbanização. O complexo sucro- alcooleiro, como todos os setores agroindustriais, possui seu centro dinâmico fora das áreas urbanas. A lógica de instalação da agroindústria é baseada na proximidade de áreas de produção de produtos primários de forma mais acentuada do que nas economias de aglomeração. Assim, não há concentração em uma única cidade-pólo, mas um espraiamento em diferentes cidades onde se localizam as usinas. A terra para cultivo valoriza-se como resultado de desenvolvimento agroindustrial, criando uma barreira para a conversão em terra urbana, mesmo durante ciclos de expansão econômica e demográfica (Caiado, 1992).
O mercado de trabalho é majoritariamente sazonal absorve mão-de-obra apenas durante as safras, pois a maior parte do cultivo foi mecanizado e a terra foi concentrada em grandes latifúndios. Em períodos de colheita, migrantes assentam-se em acampamentos dentro das usinas, ou em quartos alugados, principalmente nas cidades menores da região. Para impedir a instalação permanente desses trabalhadores sazonais, as cidades estabelecem postos de controle nas estradas, estações rodoviárias e ferroviárias e até bloqueios com "batidas" na entrada das