As 5 linguagens do rádio
Para começar descrever a linguagem do radiojornalismo esportivo é preciso salientar o fato de esta ser uma linguagem falada. O som é um transmissor de sensações. O que não está sendo ouvido não existe, porque só existe o que tem voz. Isso se faz mais verdade quando falamos da narração esportiva, em que a cena é reconstruída constantemente, a informação está em fluxo contínuo, sem cortes. É através da descrição dos fatos por meio da fala que é construída a realidade. A ausência da imagem aumenta o espaço de criação do locutor, e a narração fica na fronteira entre a ficção e a realidade.
O texto narrado precisa de uma gama de elementos capaz de suprir a ausência da imagem e de chamar a atenção do ouvinte. Por isso o uso de um texto descritivo, adjetivado e redundante, além de conter um alto índice de interjeições. A redundância e a repetição são muito importantes na linguagem radiofônica, porque a informação no rádio é irrecuperável, não há como voltar, ela é instantânea. Todos esses elementos são importantes para manter a atenção de quem está ouvindo. E são esses elementos também que criam o aspecto ficcional das cenas, porque o ouvinte é obrigado a imaginar, a criar o ambiente que está sendo descrito. É um cardápio rico em expressões e conotações, que chegam até a transgredir as regras gramaticais do bom português.
O comunicador esportivo de rádio precisou criar códigos e ferramentas para transmitir as informações do jogo sem perder a atenção do ouvinte. E essa necessidade de atrair o ouvinte foi o que permitiu a criação de terminologias inéditas para diferentes tipos de situação.
Osmar Santos transformou-se em referência nas transmissões esportivas devido a sua capacidade de criar. Ele reinventou a locução esportiva, e propôs uma nova maneira de se comunicar. Suas transmissões eram marcadas por muita irreverência e criatividade. Criou bordões famosos, muito utilizados até hoje. “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha!”, “No