A autoficção em Shiki Nagaoka – Uma Nariz de Ficción e Teoria del Alma China
1090 palavras
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Trabalho FinalA autoficção em Shiki Nagaoka – Uma Nariz de Ficción e Teoria del Alma China
Minhas ideias são inventadas e eu não me responsabilizo por elas.
Clarice Lispector
A ideia deste trabalho surgiu quando a professora Idalia mostrou que as autobiografias já estão ultrapassadas como espaço (ou técnica) de criação e/ou representação e que caminham já para o pacto testemunhal e da autoficção; considerando que acabei de ingressar no programa de mestrado do DLM – área de Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês e que o teórico principal da pesquisa é Philippe Lejeune e o Pacto Autobiográfico, fiquei com a sensação de comprar um carro zero quilômetro do ano de 2012... Resolvi investigar o que era o pacto testemunhal. E me deparei com muitas coisas, inclusive com a Autoficção, termo criado pelo francês Serge Doubrovsky, em 1977, a partir de suas inquietações a respeito dos trabalhos de Leujene (1975). O conceito é relativamente novo no âmbito dos estudos literários. Percebe-se que desde que Doubrovsky o nomeou, ele tem ganhado força nos estudos literários (especialmente em língua francesa).
Beatriz Sarlo (2007) observa que os anos 70 e 80 abrem espaço à guinada subjetiva, examinando as razões da revalorização da primeira pessoa como ponto de vista e da confiança no relato da experiência como ícone da Verdade (onde o sujeito narra a sua vida para conservar a lembrança ou, ainda, numa tentativa utópica de entender o passado) e problematiza a contradição entre a mobilidade do vivido e a firmeza do discurso: “Quando essa guinada do pensamento contemporâneo parecia completamente estabelecida [...] produziu-se no campo dos estudos da memória e da memória coletiva um movimento de restauração da primazia desses sujeitos expulsos durante anos anteriores. Abriu-se um novo capítulo, que poderia se chamar ― O sujeito ressuscitado” (SARLO, 2007, p. 30).
Doubrovsky define a autoficção como “uma variante pós-moderna da autobiografia”, pois não