artigo todorov
XVIII
Ana Caroline Nogueira Moreira Rodrigues
Caio Corrêa
Caroline Maria Clara Flores
Jean Michel Leandro Madeira
Laila Ribeiro Silva
Priscila Marilia Alves Martins*
RESUMO
O presente artigo visa analisar os livros A Conquista da América, de Tzvetan Todorov, e os capítulos 4,
5, 6 e 7 do livro A Colonização do Imaginário, de Serge Grunzinski, a partir de três documentos elaborados por representantes do poder real em terras americanas depois de Colombo. Propomos um estudo comparativo e discursivo nas falas de Cristovão Colombo, Thevet e Vieira. O objetivo deste texto é estabelecer uma análise das práticas discursivas do mundo colonial, baseada no jogo autônomo de discurso sem sujeito, como apontou Foucault em quase toda sua produção historiográfica.
Palavras-chave: Conquista da América; Método historiográfico; Literatura; História como texto literário.
Os documentos apresentados para a análise neste artigo ou são fragmentos de diário, que é o caso do “Documento 9” (ver página 8) , de Cristóvão Colombo, fragmentos de texto que diz respeito ao “Documento 11” de André Thevet (ver página
8) ou um sermão, do “Documento 34” do Padre Antônio Vieira (ver pagina 9).
O “Documento 9”, retirado dos Diários da primeira viagem à América, é um fragmento do diário escrito por Cristóvão Colombo, no ano de 1493, para relatar ao rei espanhol sobre as viagens marítimas e sobre suas “descobertas”. O pensamento dos navegadores europeus em busca de descobertas de tesouros em terras do além-mar já tinha um germe de resistência natural ao exótico. Estes homens se encantaram com a retomada dos ideais humanistas e imaginavam-se como heróis, levando a civilização e o cristianismo ao mundo exótico de aventuras que haviam de encontrar, e mesclavam estes pensamentos aos ideais do racionalismo, sem deixar de lado os sentimentos que os ligavam a fantasia e a magia. Assim, travavam esta batalha de ideais entre superstição e
fé