Artigo Reflex Es
Eurica da Natividade Sinclética Graça Neves da Rocha
Driéli Pacheco Rodrigues
Luciana Barizon Luchesi
Maria da Conceição Martins
Juliana Cristina dos Santos Monteiro
RESUMO
Introdução: Angola esteve envolvida em uma guerra civil por mais de trinta anos, o que gerou impacto negativo no desenvolvimento nacional. Objetivo: fazer uma reflexão acerca da situação da mulher angolana sob uma perspectiva social e de saúde. Método: reflexão teórica, resultante da análise de estudos que enfocam aspectos relativos à condição de saúde da população angolana, com destaque para a saúde da mulher e sua interface com a realidade pós-guerra. Resultados: a disponibilidade de dados fidedignos é limitada, os indicadores atuais são apresentados com base em estimativas e os indicadores de saúde materno-infantil e saúde reprodutiva de Angola são os piores da África Subsaariana. Considerações: apesar dos esforços, o desafio de Angola continua sendo a melhoria da prestação de cuidados de saúde, que engloba a saúde da mulher e o aumento do acesso a serviços de qualidade a toda a população.
Descritores: Saúde da mulher; Angola; guerra.
INTRODUÇÃO
Em muitas sociedades, a identidade da mulher é definida pela fecundidade. A capacidade de reproduzir afeta a posição social, reconhecimento individual, a estabilidade das relações entre homens e mulheres e, por este motivo, a segurança financeira (OOSTERHOFF et al., 2008; SEROUR, 2008). Esta situação tem sido descrita em vários países da África subsaariana, inclusive em Angola.
Na África Subsaariana, o aumento da taxa de fecundidade está relacionado a uma série de fatores. Por exemplo, a fecundidade melhora o status feminino e masculino, enquanto a infertilidade pode resultar em ansiedade severa e, especialmente para as mulheres, pode ser devastadora social e economicamente. A prática generalizada da poligamia masculina e o interesse das mulheres em se casar com homens