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ALGUNS CONTORNOS
Antonio Ribeiro de Almeida Jr.1
Thales Novaes de Andrade2
1 Introdução
Os estudos sobre mídia e ambiente cresceram muito nas últimas décadas. Muito provavelmente, a politização da discussão ambiental foi propiciada também por conta da consolidação do setor comunicacional e expansão da indústria cultural ao redor do mundo. Diversos trabalhos foram produzidos desde os anos 1980 buscando entender efeitos das mensagens ambientais sobre o público consumidor de informações. Vários comunicadores, sociólogos e lingüistas trataram de analisar o teor discursivo e ideológico que os meios de comunicação imprimiam ao debate ambiental. Análises de conteúdo sobre coberturas de eventos ambientais e estudos sobre notícias de veículos específicos marcaram fortemente a abordagem dessa produção. Problemas como o sensacionalismo do discurso midiático, a tendência a exprimir posições oficiais e uma visão parcial e superficial das questões ambientais foram apontados como as principais características da cobertura ecológica realizada pelos grandes meios de comunicação (ANDRADE, 1997; MENASCHE, 2005; SILVA,
1995; LINS DA SILVA, 1976).
Vale lembrar que grande parte desses estudos sobre mídia e ambiente foi realizada tendo em mente a produção de notícias por canais informativos dentro do sistema de comunicação broadcasting, voltado para o grande público. São basicamente análises de coberturas de reportagens da imprensa escrita ou de telejornais.
A partir dos anos 1990, com o crescente processo de globalização alterando a política e as práticas culturais, assiste-se a uma tendência de crise da mídia tradicional e ampliação da linguagem eletrônica, remodelando os formatos das empresas de comunicação e as práticas de consumo e produção de mensagens (ORTIZ, 1994).
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Docente do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq-USP
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Docente do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar. E-mail: