ARTIGO ORIGINAL
Marjorie Cristina Ficher Bonjorno1
Franccis Honório Silva2
Orientadora: Prof. Dra. Ana Lúcia Furquim Campos-Toscano
Resumo: O objetivo deste artigo é, a partir de entrevistas realizadas durante os meses de setembro e outubro de 2011, fazer uma análise das variações do português falado na cidade de Franca para verificar se os falantes utilizaram somente a norma padrão ou outras variantes linguísticas. Portanto, para a pesquisa de campo, entrevistamos pessoas já formadas ou que estão cursando o Ensino Superior. Na abordagem dos fundamentos de Sociolinguística, em especial, os estudos de variação linguística, adotamos as perspectivas teóricas de Alkmim (2001), Faraco (2008), Tarallo (1999) e Camacho (2001). Dessa forma, verificamos como o grau de escolaridade interfere efetivamente na fala e quais são as variantes mais utilizadas por essa parcela de falantes. Palavras-chave: Sociolinguística; variação estilística; variação social; português falado; norma padrão.
Introdução
O nosso interesse por esta pesquisa surgiu por meio das aulas de Linguística, a partir dos estudos da Sociolinguística que tratam sobre a norma padrão e as variantes linguísticas, muitas vezes, classificadas como formas incorretas para o uso da fala. Entendemos, no entanto, que a norma padrão não se trata da única forma correta a ser utilizada, mas sim, uma entre as variações que existem no Português.
Outro fator que nos instigou foi a polêmica do livro Por uma vida melhor, de Heloísa Ramos, em que, numa determinada lição, enuncia ser aceito o uso de enunciados como “Nós pega o peixe”, o que acabou gerando um estranhamento por parte dos gramáticos, da mídia e de boa parte dos falantes que até então consideravam essa frase como incorreta.
Deparamo-nos, assim, com alguns questionamentos: o que determina ao falante o que é correto ou incorreto para ser falado, considerando que a língua é mutável e varia de