Artigo Oficinas de Linguagem
Oficinas de linguagem: proposta de atendimento psicopedagógico para crianças com queixas escolares
O estudo apresentado no artigo Oficinas de linguagem: proposta de atendimento psicopedagógico para crianças com queixas escolares, de Luciana Elias e Edna Marturano, recebido em 15 de janeiro de 2003 e aceito em 20 de dezembro de 2004, teve como objetivo verificar os efeitos de uma intervenção baseada em princípios da aprendizagem mediada, sobre o desempenho acadêmico e problemas de comportamento, em crianças que apresentam ambas as dificuldades. A intervenção consistiu em oficinas de linguagem, realizadas com alunos que apresentavam dificuldades escolares, encaminhados a uma clínica de psicologia vinculada à rede SUS de atendimento, em uma cidade de aproximadamente 500 mil habitantes no interior do Estado de São Paulo.
Uma grande parcela da demanda das clínicas de psicologia é constituída por famílias que buscam ajuda profissional para as dificuldades escolares de seus filhos. Trata-se em geral de crianças na faixa dos sete aos doze anos, cursando as séries iniciais do ensino fundamental, havendo predomínio de meninos (Elias & Marturano, 2005).
De acordo com a percepção dos professores, esses alunos apresentam mais dificuldades de adaptação às demandas da sala de aula, quando comparados aos colegas com rendimento satisfatório. Sua abordagem da tarefa escolar é impulsiva, desatenta e confusa, denotando ainda desinteresse, retraimento e não persistência. Nos relacionamentos interpessoais, frente à professora, mostram-se mais dependentes, rebeldes e tensos. Com os colegas, são mais provocativos, agressivos, desrespeitosos, individualistas, intolerantes e explosivos. No ambiente familiar, as mães relatam características de impulsividade, humor depressivo e dificuldades interpessoais. O funcionamento sócio emocional se caracteriza por controle pobre dos impulsos, dependência e certa desorganização da conduta. No