Artigo de jornal
Por João José Oliveira | Valor
SÃO PAULO – As taxas de juros futuros projetadas nos contratos negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta pela segunda sessão seguida após a divulgação de índices de preços que mostraram aceleração da inflação neste início de mês. O ajuste para cima, entretanto, foi atenuado pelo desconforto dos agentes de mercado com os recentes indicadores de atividade que sinalizam uma economia ainda em processo de lenta recuperação.
Na lista dos três contratos mais negociados, o de vencimento em janeiro de 2014 (DI janeiro/2014) registrava, antes dos ajustes finais, taxa de 7,05% ante 7,00% na sexta-feira. Na mesma comparação, o DI janeiro/2015 subia a 7,59% de 7,52%, enquanto o DI janeiro/2017 ia a 8,44% de 8,40%.
O volume de negócios com juros na BM&F hoje foi cerca de 30% inferior à média diária deste ano. É que amanhã, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participa às 11 horas de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o que levou a maior parte dos profissionais de mercado a optarem pela cautela, uma vez que ele deve ser chamado a comentar temas como o resultado decepcionante do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, a evolução do dólar nas últimas semanas e o próprio comportamento da inflação.
“O mercado passou por um ajuste forte semana passada”, lembra o gerente da tesouraria de uma corretora de um banco fazendo referência aos movimentos de queda intensa registrada no dia seguinte à divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). “Muita gente zerou posição e, para refazer as posições, nesse fim de ano, é melhor esperar uma sinalização do BC”, afirmou.
Dois indicadores divulgados hoje, porém, acabaram determinando a tomada de decisão por parte de alguns investidores que decidiram operar na véspera da fala de Tombini.
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M)