Artigo p/ jornal
Podemos iniciar essa retrospectiva da violência com o fato bíblico do fratricídio narrado no Livro do Gênesis, ou seja, o assassinato de Abel pela ação criminosa de seu irmão Caim. Apesar de possuir uma natureza simbólica, esse acontecimento retrata o futuro fatídico da humanidade, a qual deverá conviver indubitavelmente com ações delituosas praticadas por pessoas que insistem em descumprir mandamentos legais e morais imprescindíveis para a convivência em sociedade.
Gerações surgem, conceitos mudam, valores são esquecidos ou enaltecidos, porém, a violência continua se apresentando de inúmeras formas, adaptando-se ao meio da mesma forma como um vírus se adapta ao organismo hospedeiro. Quando o homem começou a acumular riquezas, com isso surgindo o Direito Civil, o Direito Comercial, a Economia, também originaram-se os Crimes Patrimoniais, nada mais sendo do que a ação violenta contra o patrimônio ou a pessoa proprietária destes bens, com o intuito de transferir ilegalmente a posse desta riqueza para as mãos do criminoso.
Séculos passaram e hoje presenciamos uma violência generalizada, que alcança a todos, independente da classe social ou do local onde resida, em outras palavras, somos todos vítimas potenciais de criminosos que não temem a ação repressiva do sistema penal estatal, aqui representado por quatro componentes: Ordenamento Penal, Polícia, Justiça Criminal e Sistema Prisional .
Vivemos uma guerra urbana e silenciosa, na qual não sabemos quem são nossos inimigos e nem quando seremos atacados. Diferente de uma guerra regular na qual se conhece o oponente, suas armas e sua estratégia, nesta guerra