Teste
A mulher, até o século XVII, recebeu uma educação voltada para a formação moral e valorização dos bons costumes da sociedade. A orientação tinha como principal objetivo a formação para governar a casa, educar os filhos e cuidar do marido. As mulheres tinham “a imagem da mãe-esposa-dona-de-casa como a principal e mais importante função que correspondia àquilo que era pregado pela Igreja, ensinado por médicos e juristas, legitimado pelo Estado e divulgado pela imprensa”1.
A partir do século XVIII, as escolas de tempo integral aparecem como uma instituição capaz de educar as mulheres, não havendo, contudo, mudanças significativas para as educandas, já que a “função do recolhimento é instruir as meninas nos princípios da religião e preservá-las dos ‘defeitos ordinários’ do seu sexo”2. Durante todo o século XVIII e em boa parte do século XIX, a instrução era restrita a poucas meninas, cuja educação e introdução às primeiras letras se diferenciava de meninos. De acordo com Jussara Reis Prá, as meninas aprendiam a ler e escrever, nessa seqüência. Em seguida aprendiam as quatro operações e para concluir a educação, coser e bordar.
As moças que iam para o convento aprendiam música e Latim. Algumas poucas podiam se dedicar a outras disciplinas, dependendo de sua posição social.
Os meninos aprendiam História, Geografia, Latim, Poética, Filosofia, entre outras disciplinas. Dessa forma, até meados do século XIX, a educação feminina era baseada em propósitos para o aprendizado dos afazeres do lar sem haver, contudo, uma preocupação com a instrução profissionalizante.
MALUF, Marina; MOTT, Maria Lúcia. Recônditos no mundo feminino. In: História da vida privada no Brasil 3. Coord. NOVAIS, Fernando A; organizador do volume SEVCENKO, Nicolau.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 374.
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SILVA, 1981. p. 74. In: PRÁ, Jussara Reis, p.230).
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Surgem, no século XIX, as primeiras manifestações críticas do movimento feminista no