Artigo: jornal: espelho da realidade?

Perguntemos a nós mesmos: acreditamos na fidelidade das informações veiculadas em jornais? Estamos a par de absolutamente tudo que ocorre no mundo? Estamos sendo informados de forma com o qual o jornal reflita a realidade ao nosso redor? Essas perguntas são jogadas ao ar, sem nenhuma resposta definitiva. Conceitualmente, consideramos o trabalho jornalístico como um grande espelho “fragmentado em diversos pedaços,” que tem por objetivo refletir uma mistura de cenários que se passam em nossa sociedade. A imprensa, nesta caso, seria um grande espelho social e o jornalista um vidraceiro, ou seja, aquele que fornece os espelhos para os fatos se apresentarem com mais credibilidade aos leitores. Neste conceito, o jornal teria um único dever, e este é de informar, assim excluindo qualquer tipo de parcialidade. Porém, este ideal é meramente conceitual, pois de forma prática, tudo que é transmitido para o leitor, terá, mesmo que de forma sutil, algum tipo de tendência.
Esta visão do jornal como um espelho da realidade é apresentada através da ‘ teoria do espelho’ como uma forma de mostrar para o público a realidade dos fatos, tendo assim, o jornalista como um intermediário que faz o ponto de ligação entre os leitores e os fatos que ocorrem na sociedade.De maneira rudimentar, a teoria do espelho explicita que as notícias são do jeito que são pois a realidade as determina como tais. Esta visão foi bastante influenciada pela fotografia, onde o jornalista deveria ser como um fotógrafo, e assim, manter um papel de relator da sociedade fiel, sem nenhum tipo de intervenção pessoal ou subjetiva. A idéia principal deste conceito é a separação entre fatos e opiniões, de maneira que a “opinião seja livre, mas os fatos sagrados”. Podemos também observar que esta teoria surgiu em uma época da “vitória do paradigma positivista,” ou seja, um momento em que a sociedade pretendia eliminar qualquer tipo de subjetividade da ciência. E assim, levando a criação de metodologias totalmente