Uma das características da nova arte pública é ser moldada pelas circunstâncias e condições de cada lugar específico. O campo é tão elástico e extenso que as definições dadas a esta arte por artistas em São Paulo podem ser muito diferentes das de artistas de outros lugares do mundo. A intenção dos artistas mais vitais que trabalham nessa esfera é afetar o mundo em volta deles. Grande parte da arte pública mais importante da América do Norte e da Europa Ocidental é do tipo ativista. É arte envolvida com questões e problemas sociais e freqüentemente trabalha com comunidades estigmatizadas e marginalizadas. É por sua vez, uma crítica ao sistema mercadológico. Iniciaremos por aquele aspecto da arte pública que hoje se supõe ter perdido a viabilidade – o monumento. A mais familiar de todas as esculturas modernistas talvez seja O pensador, de Rodin. Ela é tão chavão que é fácil esquecer quão controversa foi mesmo antes de ser inaugurada na frente do Panteão, em Paris. A escultura não foi festa para este local, pois, a figura de um homem comum nu, musculoso e fisicamente desinibido, entretido no simples ato de pensar, causou grande alvoroço. Sobre seu significado, Rodin disse que se tratava do símbolo do poeta; em outra ocasião se referia “aos diferentes modos de pensar entre os trabalhadores e ao problema dos desempregados neste país”. Essa necessidade de conciliar artista e trabalhador, a vida das pessoas e a da arte, está enraizada na escultura modernista. A obra O pensador, como disse Albert Elsen (estudioso de Rodin): “ao mesmo tempo a mais famosa e a mais privada das esculturas públicas”, pois, a obra conduz mais à mente do espectador do que ao mundo ao seu redor. Assim também como a Coluna sem Fim, de Brancusi, uma obra com mais ou menos 30 metros de altura, erguendo-se em direção às estrelas, é um tributo ao ainda não-construído e ao anseio humano pelo vôo e libertação. Há uma artista contemporânea, Magdalena Abakanowicz, que trabalha dentro da tradição do