Arretche
TEORIAS EXPLICATIVAS
Marta T. S. Arretche(1)(2)
Fenômeno do século XX, a provisão de serviços sociais, cobrindo as mais variadas formas de risco da vida individual e coletiva, tornou-se um direito assegurado pelo Estado a camadas bastante expressivas da população dos países capitalistas desenvolvidos. Ainda que alguns países -- como a Alemanha, por exemplo -- tenham dado origem a programas de seguro social já no final do século passado e que políticas de proteção a idosos, mulheres, incapacitados, etc tenham se desenvolvido em vários países já no início deste século, é certo que o fenômeno do welfare state sofreu incontestável expansão e até mesmo institucionalização no período do pós-guerra. É a partir de então que se generaliza e ganha dimensões quase universais nesses países um conjunto articulado de programas de proteção social, assegurando o direito à aposentadoria, habitação, educação, saúde, etc.
Fenômeno de tal magnitude e importância que conduziu um importante autor, que identifica políticas sociais com socialdemocratização da sociedade, a afirmar que
"(...) Quando nos damos conta de que a social democracia não é um absoluto, quando nossa sensibilidade percebe que o mundo não teria sido o mesmo sem ela; então, há necessidade de uma nova teoria". (Esping-andersen, 1985a:xiii)
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. Pesquisadora do NEPP/UNICAMP e doutoranda em Ciências Sociais no IFCH/UNICAMP.
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Este artigo beneficiou-se de várias contribuições. O curso sobre "Teorias
Explicativas do Welfare State", de Argelina Cheibub Figueiredo, bem como a classificação destas correntes ali proposta e seus comentários à versão preliminar deste trabalho foram de inestimável ajuda. Agradeço também os comentários à mesma versão feitos por Sônia Miriam Draibe e Marcus André Mello.
No entanto, são de minha inteira responsabilidade as opiniões aqui expressas.
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Muitos autores se dedicaram à tarefa de explicar