Arquétipos e Repetição
O texto de Mircea Eliade trata de alguns aspectos da ontologia arcaica, especificamente os conceitos do ser e da realidade que podem ser analisados a partir do comportamento do homem das sociedades pré-modernas. Nessas sociedades o homem não reconhece nenhum ato que não tenha sido praticado antes por seus ancestrais. Tudo é recheado de um significado transcendental que, para o homem arcaico implica outra realidade em outro plano. Após a introdução feita pelo autor apresentando o problema central do texto, ele segue tratando dos arquétipos, especificamente dos arquétipos celestiais. Eliade apresenta vários exemplos do mundo antigo que mostram que, para o homem das sociedades pré-modernas “a realidade é uma função da imitação de um arquétipo celestial”(p.19). Dentre os exemplos pode-se destacar o da cidade de Jerusalém, das cidades indianas, e o Templo de Salomão. Mas segundo Eliade, nem tudo na realidade do homem arcaico compartilha de um modelo pré-definido no plano celestial. Para demonstrar isso ele cita as regiões desérticas habitadas de monstros, as terras não cultivadas, e os mares desconhecidos, que teriam semelhança com o caos pré-criação. E que, mesmo não compartilhando de um protótipo diferenciado, essas regiões ainda assim compartilhariam de um modelo mítico: o caos. Em seguida ele trabalha a questão da importância que o homem arcaico dava ao simbolismo do centro. Ele mostra que o simbolismo arquitetônico do centro pode ser dado da seguinte forma: a montanha sagrada para o homem arcaico está localizada no centro do mundo; cada templo e palácio é considerado como sendo uma montanha sagrada, e consequentemente o centro; essa condição de centro do mundo implica que a cidade ou templo sagrado seja visto com sendo um ponto de encontro entre o céu, a terra, e o inferno. Para isso ele dá uma série de exemplos. O