Estudo
O problema
É obvio que os conceitos metafísicos do mundo arcaico nem sempre eram formulados em linguagem teórica; mas o símbolo, o mito e o ritual expressam, em planos diversos, e com os meios que lhes são apropriados, um complexo sistema de afirmações coerentes sobre a realidade final das coisas, um sistema que pode ser visto como aquele que constitui a metafísica. (pág.17)
Arquétipos celestiais de territórios, templos e cidades
As cidades também têm protótipos divinos. Todas as cidades babilônicas tinham seus arquétipos nas constelações. (pág.20)
Uma Jerusalém celestial foi criada por Deus antes que a cidade fosse construída pela mão do homem. (pág.20)
O mundo que nos rodeia, o mundo no qual são sentidas a presença e a ação do homem – as montanhas que ele escala, as regiões povoadas e cultivadas, os rios navegáveis, as cidades, os santuários -, tudo isso tem um arquétipo extraterreno, seja ele concebido como um plano, como uma forma, ou pura e simplesmente como uma “cópia”, que existe em um nível cósmico mais elevado. Mas nem tudo, no mundo que nos envolve, tem um protótipo dessa espécie. Por exemplo, as regiões desérticas habitadas por monstros, as terras não-cultivadas, os mares desconhecidos para onde os navegadores não se arriscam a ir, não comungam com a cidade da Babilônia, ou com as primitivas províncias egípcias, o privilégio de um protótipo diferenciado. (pág.21)
O homem constrói de acordo com um arquétipo. Sua cidade ou seu templo não se baseiam apenas em modelos celestiais; a mesma coisa se aplica a toda a região que ele habita, com os rios que estão banhando, os campos de plantação que lhe dão comida, etc. O mapa da Babilônia mostra a Cida no centro de um vasto território circular, limitado por um rio, do mesmo modo como os sumérios idealizavam o Paraíso. Essa participação num modelo arquétipo, por parte das culturas urbanas, é o que lhe dá sua realidade e sua validade. (pág.22)
Cada território ocupado, com a