Arquitetura
Teoria da Urbanização
Leonardo S. Pereira
São Paulo: Três Padrões de segregação espacial
“Questões sobre como abrigar o pobre e como organizar o espaço urbano em uma sociedade que se industrializava estavam ligadas ao saneamento. Em conjunto, elas se tornaram o tema central das preocupações da elite e das políticas durante as primeiras décadas do século XX.” Pag. 214.
“Além de controlar os pobres, a elite começou a separar-se deles. Temendo epidemias – assim como temem o crime hoje – e identificando os pobres e suas condições de vida a doenças e epidemias, os membros das elites começaram a mudar-se das áreas densamente povoadas da cidade para regiões um pouco afastadas e com empreendimentos imobiliários exclusivos.” Pag. 214.
“Identificaram a concentração de trabalhadores e as condições anti-higiênicas a eles associadas como um mal a ser eliminado da vida da cidade. Imaginaram a dispersão, o isolamento, a abertura e a limpeza como soluções para o meio urbano caótico e suas tensões sociais.” Pag. 215
“As preocupações com o saneamento e o controle social são evidentes em pelo menos quatro níveis políticos e institucionais: o governo municipal, a associação dos industriais, os movimentos sindicais e populares, e o governo federal.” Pag. 215
“As leis urbanas de 1910 estabelecem uma divisão da cidade em quatro zonas: central, urbana, suburbana e rural. A maioria das leis criadas na época aplicava-se apenas às zonas central e urbana, deixando as outras regiões (para onde os pobres estavam se mudando) não regulamentadas.” Pag. 216
“O mais famoso empreendimento urbanístico do governo municipal no começo do século levou a uma transformação do padrão de segregação e representou uma mudança na concepção da intervenção do estado no planejamento urbano. Foi o Plano da Avenidas, elaborado por Francisco Prestes Maia durante a administração de José Pires do Rio, o último prefeito da Republica Velha. O plano propunha