Argumentum ad misericordiam
Kaminsky e Kaminsky (1974, p. 46) definem o argumentum ad misericordiam, também conhecido como apelo a piedade, como o tipo de argumento que “ faz uma apelação injustificada para obter simpatia pela causa ou necessidade de um individuo ou grupo”. Crossley e Wilson (1979, p.40) caracterizam o apelo a piedade, ou “jogando com seus sentimentos” como “uma técnica para ignorar a habilidade de pensar de alguém”. Exemplo: Como alguém pode considerar o aumento descabido no preço do bilhete de ônibus para idosos? Vocês não sabem meus queridos amigos, que vocês estão penalizando aquele pequeno e desamparado grupo de pessoas velhas que construíram essa cidade de vocês? Existem muito de nós que pechincham e economizam só para pagar as despesas do dia-a-dia – e vocês querem impor outro fardo pesado em nós em um tempo em que mal podemos nos manter vivos! Eu imploro para que vocês reconsiderem essa proposta. Se vocês não fizerem por mim, façam então por um idoso amado seu que necessita do seu suporte. Exemplo: Nós devemos dar o emprego de engenheiro para Henrique, pois ele tem 6 filhos para criar e alimentar. Exemplo: Em um tribunal do júri, réu acusado de homicídio. Advogado de defesa destaca que o réu vem de uma família pobre, que era abusado sexualmente quando criança e por isso teve que fugir de casa e que estando na rua foi influenciado por maus elementos e que só por isso veio a cometer o crime. O advogado pede ao júri para levar esses fatos em consideração. Exemplo: Por favor, chefe, você pode ver que o meu trabalho é merecedor de salário mais alto, eu tenho mulher e filhos famintos para alimentar. Exemplo: O advogado de defesa leva para o tribunal a mulher do acusado com roupas humildes, cercada pelas simpáticas crianças em trapos, e fala para o júri, “Se vocês mandarem meu cliente para a cadeira elétrica, vocês vão tornar esta pobre mulher uma viúva e essas inocentes crianças órfãos. O que eles fizeram para merecer isto?”.