Educação e sociedade
O Brasil é um país de contrastes, possui uma complexa realidade social, onde de um lado há pessoas que vivem em situação de plenos direitos sociais e políticos, que são patrocinados pelo poder econômico, tendo boas, senão ótimas, condições de moradia, estudo, saúde e qualificação para o mercado de trabalho. De outro lado, porém há miséria e ausência parcial ou total da consciência de direitos, bem como a efetivação dos mesmos.
Essa diferença social é própria do capitalismo, que coloca em situações diferentes os que detêm o capital e os que trabalham para produzi-lo em uma equidade quase que neoliberal.
Em países em desenvolvimento como o nosso, as condições de vida e de trabalho condenam grande parte dos trabalhadores a uma situação de miséria absoluta, vivendo abaixo da linha da pobreza. O capitalismo se estrutura desde o seu aparecimento, na exploração do trabalho assalariado, que progressivamente foi separando os trabalhadores, o proletariado, dos donos dos meios de produção, a burguesia. Variam as condições de vida das duas classes, assim como os anos de estudo que os indivíduos de uma e outra conseguem.
A classe de maior renda dispõe de maior escolaridade e de maior acesso aos bens culturais. A de menor renda, com baixa escolaridade, na sua maioria dispõe de pouco ou nenhum acesso a esses mesmos bens culturais.
Poder é saber e saber é poder, relação que é perpetuada pelo privilégio de estudar e concluir que os que detêm o poder possuem. Quadro este, que a sociedade capitalista pode analisar e discutir as razões que impossibilitam a realização desse direito.
No modelo econômico adotado, o sistema educacional não é prioridade, nem foi estruturado para atender, com qualidade, a grande maioria da população. As classes de maior renda aproximam-se dos níveis de consumo e de conforto atingidos pelas classes ricas dos países desenvolvidos. Para que isso seja possível é necessário que as classes trabalhadoras paguem a conta seja por assumirem a