Aprender a Morrer
Discutir a ideia de morte na Filosofia, tendo como base o pensamento de Platão, Sócrates e Epicuro
Conteúdos
Conceito de vida e morte; Platão; Sócrates; Epicuro
Tempo estimado
Duas aulas
Introdução
Tradicionalmente ligada a questões espirituais, a morte encerra tanto uma certeza inabalável quanto um dos maiores enigmas da humanidade. Ocupando um lugar privilegiado em cultos, narrativas e dogmas de religiões das mais diversas etnias e culturas, sua fatalidade permanece envolta em temores, mistérios e tabus ancestrais. Assim, como mostra o artigo "A Arte do não morrer" de Betty Milan, publicado em VEJA, refletir sobre o significado da morte é condição fundamental para se compreender o próprio sentido da vida.
Desenvolvimento
1ª Aula
Apresente aos alunos a frase "Quem ensinasse os homens a morrer, os ensinaria a viver", postulada pelo filósofo Montaigne (1533-1592). Pergunte à turma o que entenderam dessa sentença aparentemente paradoxal. Ouça as respostas e explique que, por se basear em argumentos racionais, a filosofia nos ensina a enfrentar com tranquilidade o medo do desconhecido. Compreender a mortalidade como parte indissociável da condição humana é o primeiro passo para lidar com o fato. Se todas as criaturas estão fadadas a morrer, somente o homem é capaz de refletir sobre a própria morte e, desta forma, de se preparar conscientemente para ela.
Aproveite a primeira aula para expor à turma a influência da ideia de morte no pensamento filosófico. Comece contando aos alunos que Montaigne não foi o único filósofo a refletir racionalmente sobre a experiência da morte. De Platão (428-347 a.C.) a Heidegger (1889-1976), a tradição filosófica é repleta de teorias e ensinamentos sobre este tema, tão amedrontador quanto instigante. Schopenhauer (1788-1860), um dos mais ilustres pensadores alemães do século 19, chega ao ponto de afirmar: "A morte é a musa da filosofia, e por isso Sócrates a definiu como preparação para a