Aprender a morrer
A frase todo homem é mortal teria o mesmo sentido de todo homem é natal, isto é, a morte não será necessária para o indivíduo assim como não foi necessário que ele nascesse.
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Martin Heidegger (1888-1976). A morte é um principium individuationes
Heidegger dá ênfase ao sentimento de angústia do homem diante da morte. A angústia da morte é algo que altera tão radicalmente o homem que o transforma em existenz, o único ser autêntico, o único ser individual, o único ser realmente mortal.
Todos os seres vivos morrem, é verdade, mas vivem e morrem enquanto espécie, não podem ter consciência da mortalidade individual. O existenz, entretanto, já não existe como espécie e sim como indivíduo.
A angústia diante da própria morte libera, individualiza e destaca o existenz do homem-massa, eleva o homem-espécie à condição de um existente autêntico.
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Karl Jaspers (1883-1969). A morte é uma situação-limite
Semelhante a Heidegger, o filósofo e psicanalista Karl Jaspers verá na morte um componente importante para a estrutura interna do homem.
Ele a define como uma situação-limite, conceito que convida a uma abordagem mais psicanalítica que filosófica. Situações-limite são aquelas em que o homem "se acha como na frente de um muro contra o qual bate sem esperança"
. Pode ser um "dever tomar a seu cargo uma culpa", um "não poder viver sem luta e sem dor", etc. Nessas situações, o homem é convidado a sair do anonimato da espécie para assumir sua autenticidade, forjar e construir sua vida segundo um plano próprio, não se perder nem se deixar levar pela massificação, pela frivolidade, pela tagarelice, enfim, a metamorfosear-se em existenz através da angústia em torno das situações-limite.
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Sören Kierkegaard (1813-1855). A morte é uma tragédia solitária.
A tese da pluralidade