Aprender a morrer

APRENDER A MORRER
Algumas definições de morte
- Não se pode olhar de frente nem o sol nem a morte. Olhar o sol ofusca a vista; encarar a morte perturba a vida (Rochefoucauld).
- Não é da morte que temos medo, mas de pensar nela (Sêneca).
Tabu da morte
A privatização da morte * no passado = a solidariedade; * hoje = o deserto das metrópoles; * isolamento = as pessoas querem ficar isoladas e sós com a sua dor.
Desritualização da morte
No passado = a morte vinha inserida em uma ritualidade complexa e elaborada;
Hoje = simplificou-se ao extremo.
Negar a morte
A negação é um importante mecanismo de defesa do nosso Eu. Há uma tentativa de não ver, a recusa em aceitar as coisas como são.
Os filósofos e a morte
Sócrates e Platão:
Sócrates preparou-se para a morte rejeitando os excessos do comer, do beber e do sexo, sem se deslumbrar com riqueza e honras e buscando sempre a sabedoria.
Defesa de Sócrates
Platão no diálogo “A defesa de Sócrates”: “É chegada a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem segue melhor rumo, se eu, se vós, é segredo para todos, menos para a divindade”
Epicuro: a “morte nada significa porque ela não existe para os vivos, e os mortos não estão mais aqui para explicá-la. Mais do que ter a alma imortal, vale a maneira pela qual escolhemos viver”.
Montaigne: aprender a viver “A vida em si não é um bem nem um mal. Torna-se bem ou mal segundo o que dela fazeis”
É preciso ter em vista o esforço para conhecer-se melhor e aprender a não ter medo da morte.
Heidegger: o “ ser-para-a-morte ” A morte provoca angústia por lançar-nos diante do nada, ou seja, do não sentido da existência.
Sartre: “o absurdo” - A morte é a certeza de que um nada nos espera e que por esse motivo retira todo o sentido da vida.
A morte é a “ nadificação ” dos nossos projetos. “ A morte jamais é aquilo que dá à vida seu sentido: pelo contrário, é aquilo que, por princípio, suprime da vida toda significação.
Em consequência...