Apostila Ditadura Militar
Quantas vezes você num ônibus, na fila de um banco, já falou ou ouviu alguém falar, mal do governo? E na rua, quantas vezes você e seus amigos sentaram para ficar conversando? Você sabia que de 1964 até 1985 não se podia fazer nada disso? Falar mal do governo era “atacar as instituições”, reunir os amigos poderia ser visto como “reunião para fins subversivos”, e você poderia ser acusado de ser comunista, perder o emprego, ser preso, torturado...
Foi o período da Ditadura Militar no Brasil, onde cerca de 300 pessoas perderam a vida (algumas ainda dadas como “desaparecida”) por se oporem ao regime. Além disso, milhares de pessoas foram demitidas, presas ou tiveram que fugir do Brasil. Músicas, filmes e peças de teatro foram censurados. Além disso, na Ditadura ocorreu a maior concentração de renda, com os trabalhadores ganhando cada vez menos. Apesar disso (ou por causa disso), foi um período de grande crescimento econômico, e de grande ebulição política e cultural. Vamos conhecer um pouco mais sobre esta parte de nossa História.
O Trabalhismo e o Período de Juscelino Kubitschek.
Desde Getúlio Vargas percebemos uma maior mobilização dos trabalhadores em sindicatos e um crescimento do Partido Comunista em diversos setores da sociedade, como os estudantes através da União Nacional dos Estudantes e os camponeses organizados nas Ligas Camponesas, organizações que mobilizavam os trabalhadores rurais em ocupações de terra e em defesa da Reforma Agrária. O quadro partidário estabelecido por Getúlio Vargas sobrevive à sua própria morte em 1954. De um lado a UDN (União Democrática Nacional), de direita, mais ligada aos empresários e às oligarquias rurais, defensoras de um alinhamento com os EUA. Do outro, tínhamos o PSD (Partido Social Democrático), getulista, mais ligado aos políticos e aos empresários que tinham uma simpatia por Getúlio, mas, assim como a UDN, temiam uma “República Sindical” no Brasil. O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ficou sendo