Aplicações de ferroelétricos modernos
Os materiais ferroelétricos têm sido largamente estudados tanto para aplicações em memórias ferroelétricas (FeRam) quanto em outros dispositivos como nanocapacitores e transdutores. A modernização das técnicas de sinterização de materiais e o crescente aumento nos investimentos em C&T, possibilitou aos cientistas a terem novas ferramentas no estudo de materiais cada vez menores e mais complexos. Com isso, novas estruturas, novos fenômenos e novas aplicações têm sido encontradas, tornando essa área uma das mais promissoras nas pesquisas atuais, fato comprovado no grande número de artigos publicados relacionados à ferroeletricidade.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é fazer uma discussão sobre o artigo feito por J. F. Scott "Applications of Modern Ferroelectric" [1], mostrando os pontos importantes discutidos no texto, porém acrescentado discussões sobre os fenômenos envolvidos, das técnicas experimentais e, ao final, fazer uma referência à trabalhos recentemente publicados. Aplicações de ferroelétricos modernos
O fenômeno da ferroeletricidade foi descoberto no início do século passado por Valasek. Na ocasião ele fazia um estudo sistemático das propriedades magnéticas de materiais ferromagnéticos e das propriedades dielétricas de sal de Rochelle (Tartarato de Sódio e Potássio- KNaC4H4O6·4H2O). Em 1920 ele publicou o artigo com o título "Piezoelectric and allied Phenomena in Rochelle salt" dizendo que a constante dielétrica D, a intensidade do campo elétrico E e a polarização elétrica P são análogos aos campos magnéticos B e H e à magnetização I no caso de materiais ferromagnéticos. O artigo apresentado por Valasek é o primeiro relato dizendo que a polarização permanente é um estado natural em amostras de sal de Rochelle, ou seja, que este material era ferroelétrico [2]. Apesar da primeira publicação mostrando a ferroeletricidade no sal de Rochelle feita por Valasek, o termo ferroelétrico ou, no caso mais geral, ferroeletricidade, foi