Aparição
PERSONAGENS LIGADAS AO ESPAÇO DE ÉVORA
ALBERTO SOARES
1ª Fase: a infância
Educado na moral tradicional e na religião familiar;
Protegido pela família e pelo ambiente rural;
Crente por influência familiar e social.
2ª Fase: a 1ª crise: da imagem do espelho à imagem do pai morto
O espelho devolve-lhe uma nova imagem: 1ª aparição;
Rejeita os comportamentos tradicionais;
Inicia as interrogações existenciais;
Sem razões válidas para justificar o seu afastamento de Deus, começa a construir a sua existência a partir de si próprio;
Ele será o seu Deus;
A morte do pai reaviva momentos apaziguadores da infância, mas provoca ainda mais interrogações;
O mistério da morte incomoda-o, não encontrando justificação lógica.
3ª Fase: Alberto Soares face à cidade de Évora e aos outros
Diz-se messianicamente* portador de uma extraordinária notícia: revolucionar o mundo com a sua descoberta de que o Homem se constrói na negação de Deus e na afirmação de si próprio;
É rejeitado e considerado cobarde; (p.163)
Torna-se num ser angustiado porque não tem resposta para os problemas que levanta;
A aldeia da infância vai progressivamente desaparecendo, instalando-se o espaço citadino;
Instala-se na sua casa do Alto, o seu Olimpo;
Não faz apóstolos: - Carolino, o seu ex-aluno, revelado por ele, foge-lhe, volta-se contra ele; - Sofia, sua cúmplice, volta-se contra ele; - Ana enfrenta-o seguramente e desmonta os seus equívocos, tornando-se a sua mais forte oponente;
Continua a perguntar angustiadamente: Quem sou eu?
Apenas se sente consolado na música de Cristina, música que o faz rezar e deixa transparecer que não é tão descrente como afirma.
4ª Fase: Alberto Soares no presente da escrita
Casou, adoeceu e retirou-se do ensino; (p.255)
Reencontrado o lugar original, a sua aldeia, relembra o passado;
Parece ter-se encontrado, embora persistam algumas interrogações, na paz da montanha, na luz da lua e na música