O existencialismo em aparição
Para falarmos sobre o existencialismo é necessário trazer à tona o que de importante ocorreu na história mundial e como isso afetou seus pensadores. No início do século XX o mundo está num importante período de transformações. Nacionalismo, guerras, cultura, avanços tecnológicos. Também há uma grande mudança na filosofia e algumas novas vertentes dentro da psicologia tomando força, dentre elas a existencial, que surge na Europa antes da Segunda Guerra Mundial e desenvolve-se depois dela paralelamente ao existencialismo filosófico.
Nessa época de grandes transformações muitos filósofos começaram a questionar a existência de um ser divino que olhava por nós e guiava nossos caminhos, refletindo sobre o absurdo do mundo e da barbárie injustificada, das situações e das relações cotidianas. Paralelamente, surgem temáticas como o silêncio e a solidão, corolários óbvios de vidas largadas ao abandono, depois da "morte de Deus". A existência humana, em toda a sua natureza, é questionada: quem somos? O que fazemos? Para onde vamos? Quem nos move? É esta consciência aguda de abandono e de solidão (voluntária ou não), de impotência e de injustificabilidade das ações, que se manifesta nas principais obras desta corrente em que o filosófico e o literário se conjugam. Sendo assim, um olhar de desilusão se abateu sobre a religião por muitos países e assim seus pensadores passaram por considerar o homem na sua essência, sem influência alguma de divindades ou de destinos. Dentre esses filósofos deve-se destacar Jean-Paul Sartre, Heidegger e Kierkegaard.
Muitos países passaram por essas transformações, uns mais que outros. E em Portugal, essas transformações não foram ignoradas. Na política, a monarquia não foi capaz de solucionar os problemas pelos quais Portugal passava, deixando o povo extremamente insatisfeito, até o ponto de um homem do povo assassinar o rei D. Carlos e seu filho, D. Luís Filipe, em meio a diversas desordens e