Apa's problemas e soluções
Quando passam pelo Rio Ipitanga, em Lauro de Freitas, os moradores mais antigos lembram saudosos do tempo de outrora, em que dele pescadores extraíam o sustento de várias famílias, enquanto os mais novos sequer acreditam que, aquilo que se assemelha a um canal de esgoto, um dia foi habitado por peixes. Hoje, alguns pontos do Rio Ipitanga acumulam lixos jogados pela população, dejetos, insetos, ratos e muito mau cheiro.
Com 30 quilômetros de extensão, o rio passa pelos municípios de Simões Filho, Salvador e Lauro de Freitas. Os motivos da degradação são diversos, vão desde o desmatamento e esgotos oriundos de construções desordenadas, até os danos causados pelas pedreiras situadas nas proximidades.
Em 2004, o Ministério Público realizou uma inspeção nas regiões por onde passa o rio e comprovou que as pedreiras situadas no entorno da barragem I (em Salvador) lançavam resíduos e efluentes industriais diretamente no seu leito, além de ocuparem irregularmente a área de preservação ambiental.
Há mais de cinco anos, a Organização Ambiental e Cultural de Cajazeiras (Cajaverde) busca impedir uma maior degradação do Ipitanga e a transformação da região de entorno em uma área de proteção ambiental. Ao longo desse período, a ong realizou várias audiências e reuniões com representantes de diversos órgãos públicos. Em 2003, ingressou com Ação Civil Pública no Ministério Público, denunciando a degradação ambiental gerada pelas construções irregulares e pelas pedreiras. Contudo, o processo ainda está em discussão, e os problemas, que na época já eram preocupantes, têm se agravado a cada dia. “O nosso Estado é muito moroso. O que as pessoas precisam entender é que 40% de toda a água que abastece o município de Salvador vem dessa bacia. Além disso, grandes áreas de mata ciliar vêm sendo loteadas. Queremos um parque ecológico para salvar essa localidade que é muito bonita e pode ser utilizada de forma sustentável”, afirmou