Mulheres da apa cantareira
Gênero, Identidade e Sustentabilidade na Região Bragantina – São Paulo
FADINI, Almerinda A. B.; HOEFFEL, João Luiz; e CASTRO, Aurora N. de M.
TEIXEIRA, Anderson M. & JESUS, Cerise da R.
Centro de Estudos Ambientais – Sociedades e Naturezas – Universidade São Francisco –
Campus Bragança Paulista (SP)
Resumo
Entender como as novas dinâmicas e transformações socioambientais e espaciais interferem no modo de vida e nas identidades locais representa um grande desafio. Neste sentido este artigo visa apresentar reflexões sobre o papel das mulheres nos processos de decisão da APA Cantareira. A criação desta Unidade de Conservação e a construção do Sistema Cantareira vêm provocando na região um fenômeno de urbanização, industrialização e turismo, decorrentes também da duplicação de importantes rodovias e dos novos usos do solo que interferem diretamente nas relações da população local com o seu território e cotidiano de vida. A partir de entrevistas com representativas mulheres que viveram os processos de transformação regional busca-se identificar e analisar os seus reflexos na identidade e no modo de vida deste gênero, assim como, estimular uma maior participação destas nos planos voltados à sustentabilidade socioambiental desta área de estudo.
1. Introdução
A implantação do Sistema Cantareira de Abastecimento de Água tem provocado desde a sua construção transformações espaciais e reflexos socioambientais e culturais junto à população regional, em especial as comunidades rurais, devido ao fato das inundações terem ocupado principalmente as terras agrícolas e desarticulado sua estrutura econômica e familiar. Além disto, as mudanças regionais e as restrições legais determinadas pela criação neste espaço da Área de Proteção Ambiental do Sistema
Cantareira (APA Cantareira) vêm pressionando as famílias a buscarem novos rumos, sejam profissionais (de agricultor para caseiro), locacionais (de rural para urbano) e relacional