A ECOLOGIA HUMANA COMO REFERENCIAL TEO RICO
TEÓRICO E METODOLÓGICO PARA A GESTÃO AMBIENTAL
Silvia Maria Guerra Molina [1]
Gabriel Henrique Lui [2]
Mariana Piva da Silva [3]
Introdução
O surgimento da questão ambiental como um fenômeno social reconhecido se deu a partir da década de 1970, propiciado pela combinação de fatores como: a crise do petróleo e o conseqüente alerta ao esgotamento dos recursos naturais; as deliberações e a repercussão da 1º Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o
Homem e o Meio Ambiente em 1972; os primeiros relatórios científicos questionando os limites do crescimento econômico em relação à capacidade de suporte dos ecossistemas e a aparição do movimento ambientalista (LEFF, 2001; NEDER,
2002).
A crítica advinda do estabelecimento da questão ambiental apontava para um conflito entre o crescimento econômico e a preservação dos recursos naturais que, em última instância, traria limites à continuidade do próprio crescimento econômico.
Em resposta a esse paradoxo, foram elaborados conceitos que refletissem a busca por harmonizar a atividade humana em suas relações com a natureza, como
Ecodesenvolvimento (SACHS, 1986), Desenvolvimento Sustentável (CMMAD, 1991) e, mais recentemente, Gestão Ambiental (GA), a qual será foco desse artigo.
A GA é reconhecida, usualmente, em suas dimensões organizacionais. Ou seja, quando essa designação é empregada, geralmente está se referindo a procedimentos e ações realizados em instituições, sejam estas públicas ou privadas ou ainda do terceiro setor. No âmbito das instituições públicas a GA compreende o planejamento territorial relacionado a unidades de conservação, zoneamento econômico ecológico, questões de legislação ambiental (elaboração de leis e normas, monitoramento e controle por órgãos públicos ambientais), definição e implantação de políticas ambientais. No âmbito das empresas públicas e privadas, a
GA usualmente se refere à elaboração e implantação de sistemas de gestão ambiental (SGA); adequação de