Análise Woodstock
Ao assistir e analisar o filme “Aconteceu em Woodstock” (Ang Lee, 2009), é possível relacionar as cenas, os valores dos personagens e o próprio enredo com a época pós-guerra e o surgimento dos movimentos de contracultura.
O filme gira em torno da história de ElliotTeichberg, um jovem cujos pais estão à beira da falência, uma vez que sua única fonte de renda, um simples e modesto motel, está decadente e não recebe praticamente cliente nenhum. A mãe de Elliot mostra-se uma pessoa extremamente impaciente, grosseira e de cabeça fechada, enquanto o pai é retratado como um marido passivo. Durante o desenvolvimento da obra até sua conclusão, tais características sofrerão mudanças, tal como a personalidade do protagonista e a relação entre a família.
Elliot resolve tentar trazer para sua cidade, White Lake, um grande festival de música que fora vetado de ocorrer na cidade original, Wallkill. Vê no evento a oportunidade de divulgar e conseguir clientes para o negócio da família. Nota-se que o objetivo do rapaz é baseado no dinheiro, e não no evento em si, e as preocupações de toda a família seguem a mesma lógica capitalista, vivendo todos um dia a dia monótono e maçante, e estando Elliot sempre desanimado e sem expressão.
Entretanto Elliot não se mostra completamente alheio a outras visões, já que tem contato com um excêntrico grupo teatral alojado no celeiro, grupo que prepara e apresenta espetáculos igualmente incomuns, usando o corpo de forma quase que animalesca, gritando e gesticulando, ora loucamente, ora lentamente. O comportamento dos artistas, entretanto, é semelhante ao comportamento daqueles que o festival de música trará,os hippies.
Segundo Daniel Andrade, o movimento de contracultura surge “na década de 1960 nos Estados Unidos como uma rebelião cultural da juventude contra o modo de gestão tecnocrático da sociedade fordista e contra os valores do American Way of Life", valores cuja família de Elliot parece aderir; uma vez