Análise social - O homem que virou suco
491 palavras
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“O Homem Que Virou Suco” conta a história de Deraldo, um nordestino repentista e poeta que sai de sua terra, e vai para São Paulo para vender sua poesia e acaba sendo confundido com Severino, um operário que matou o chefe. O filme se passa na década de 80, uma época em que a migração de nordestinos para o sudeste do país era intensa, e devido à situação histórica, econômica e social da época, era mais difícil sobreviver no nordeste, porque muitos não possuíam dinheiro para cuidar das plantações e muito menos para aumentar suas terras, então viam para a Cidade Grande, acabavam sofrendo com o choque cultural, com os trabalhos pesados a que eram destinados, e principalmente com a discriminação a sua cultura, por isso muitos acabavam perdendo as suas origens. A obra de João Batista retrata de forma clara, a dificuldade de adaptação que os nordestinos encontram ao vir para São Paulo, à forma cruel com que são tratados pelos paulistas, que se deixam levar pelo preconceito e pela estereotipação dada aos nordestinos, que aos olhos dos paulistas são vistos como “bichos do mato”, ou cangaceiros, pessoas que não raciocinam e não são civilizadas. A situação piora quando os nordestinos não possuem identidade, por não terem tempo, nem dinheiro para fazer a retirada de seus documentos, e isso dá aos paulistas preconceituosos mais um motivo para trata-los como animais e taxa-los de vagabundos, como acontece com Deraldo ao tentar vender suas poesias em uma praça. Outra coisa destacada no filme é o desprezo que sofrem os nordestinos, todos são tratados como se não possuíssem sua própria cultura, como se todos fossem iguais, pelo simples fato de virem da mesma área, o nordeste, tal fato é comprovado na afirmação de um personagem do filme que diz: “cearense, alagoano, paraibano, tudo é a mesma coisa”. Além disso, é admirável a forma que o protagonista não se deixa abater pela pressão da cidade grande, durante todo o filme Deraldo não desisti de suas poesias e não se