Análise sobre o livro hell's angels
Introdução
O jornalismo literário é um estilo capaz de unir literatura a um texto jornalístico. Ao servir-se dele, o autor busca escrever reportagens mais profundas e detalhistas, possibilitando uma leitura mais rica. No ramo, a notícia deixa de ser tratada superficialmente, revelando informações ocultas, pontos de vista, trazendo possibilidades e incitando a imaginação do leitor. Apesar de trazer elementos da literatura, o jornalismo literário prende-se à realidade, praticando a ética e os princípios do jornalismo. Como disse Jameson (2000), uma forte marca da era pós-moderna é a mistura entre o fantástico e o real, e isso se evidencia nesse formato de texto.
Esta modalidade também recebe outro nomes, como literatura não-ficcional, jornalismo em profundidade, reportagem-ensaio e até mesmo jornalismo de autor. Nesse tipo de texto, a subjetividade sobressai-se à objetividade, diferentemente do estilo tradicional, que leva o “lead” e possui o formato de pirâmide invertida. Segundo Felipe Pena:
“Não se trata apenas de fugir das amarras da redação ou de exercitar a veia literária em um livro-reportagem. O conceito é muito mais amplo. Significa potencializar os recursos do jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes burocráticas do lide” (PENA, 2006).
As primeiras aparições dessa escrita na mídia surgiram no século XIX, na Europa. Mas, na realidade, a aproximação do jornalismo com a literatura aconteceu antes, no século XVII, quando Daniel Defoe, serviu-se da literatura para redigir uma série de reportagens policiais (PENA, 2006). Posteriormente, o gênero se espalhou pelo mundo, o que possibilitou o surgimento e destaque de muitos escritores da vertente, como Gay Talese e Truman Capote. Em seu maior aparecimento, nos séculos XIX e XX, o modelo que surge é a partir da reprodução detalhada do