Análise sobre o filme Inimigo do Estado, e a Sociedade de Controle
“Você pensa que está tranqüilo e sozinho, falando ao telefone sem ninguém as escutas? Lendo uma matéria na segurança de sua casa. Tem certeza? Será que sua navegação na Internet não foi toda mapeada? Com certeza, há um satélite espião apontado para sua casa e se você fizer algo suspeito, ele será capaz de ler até a placa de seu carro...”. E é exatamente isso que o filme retrata muito bem, e claramente, a sociedade de controle no qual somos mutilados diariamente no mundo. A certeza é que o grande vilão dos cinemas atuais é uma entidade poderosa e misteriosa chamada Estado, que pode tudo e não deve qualquer satisfação aos cidadãos. “O governo” que pode nos fazer desaparecer cortando nossos cartões de crédito, registros de nascimento, e qualquer vida oficial.
A sociedade de controle toma por base as reflexões do filósofo Gilles Deleuze sobre o trabalho de Michel Foucault. Aborda também as recentes tecnologias de controle e os mais recentes projetos do governo norte-americano para rastrear as ações de indivíduos no planeta.
Como explica Deleuze: “Os confinamentos são 'moldes', distintas modelagens, mas os controles são uma 'modulação', como uma moldagem auto-deformante que mudasse continuamente, a cada instante, ou como uma peneira cujas malhas mudassem de um ponto a outro”. -Assim como nas sociedades de disciplina foi imprescindível a prisão, o hospital, a escola como máquina de confinar, de moldar. Na sociedade de controle os mecanismos são a informação contínua, monótona veiculada pelos meios. Como dissera Foucault as sociedades disciplinares tinham dois pólos, o indivíduo e a massa. Cada grupo em seu “agenciamento” formava uma única força de trabalho, ao tempo em que cada indivíduo era moldado disciplinado para constituir essa força. Na sociedade de controle os indivíduos tornaram-se “dividuais” e “divisíveis” e as massas se transformaram em amostras, dados, mercados ou “bancos”. “Estamos