Análise Poema

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
DLCV - Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas

Análise do Poema de Castro Alves: “Boa Noite”

Temos em dez estrofes a composição do poema “Boa Noite” de Castro Alves, onde cada estrofe é composta por quatro versos, de uma narração em primeira pessoa, o que evidencia um monólogo do eu – lírico. De forma extremamente intensa o eu – lírico expressa sua paixão por sua amada, oscilando seu amor entre o real e o imaginário, onde esse sentimento ora aparece de forma idealizada, chegando a fazer referência ao romance de Shakespeare “Romeu e Julieta”, quando diz na terceira estrofe: “Julieta do céu! Ouve... a calhandra (...) Derrama nos jardins do Capuleto...”; ora aparece de forma concreta chegando ao sensual, quando diz na segunda estrofe: “... E tu dizes - Boa noite. / Mas não digas assim por entre beijos... / Mas não mo digas descobrindo o peito...”.
O eu – lírico deixa claro no poema que embora seu amor seja correspondido, ainda assim eles são submetidos a um sofrimento grandioso, que é o imposto a todos casais apaixonados(amantes) que não podem ficar juntos. Dessa forma se inicia um drama que o leva mais uma vez a fazer referencia a obra de Shakespeare, onde ele faz uma analogia entre a grandeza da dor que sentem ao terem que se separarem, com a dor sentida por Romeu e Julieta quando foram obrigados a mesma separação. No poema temos ainda o grande uso de aspectos da natureza, onde o eu – lírico através de metáforas materializa sua amada nas paisagens descritas durante o poema, fazendo dessa maneira uma idealização da mulher amada, chegando a ter um efeito cósmico de beleza e grandeza no amor.