Análise música

1 ANÁLISE

A análise a seguir foi feita a partir da música “Tempo é Rei” de Mano Brown, com base nos textos “Martin Heidegger Seminários de Zollikon”, “O homem em crise e a psicoterapia fenomenológico-existencial de Ana Feijó”, “Época, vida e obras de Martin Heidegger de Rubem Cobra” e “Sobre a Necessidade de Morrer”.
A música é o relato do cantor Mano Brown construído por suas próprias experiências; apresentando um cenário da forma que o fenômeno se apresenta a ele.
No relato o Dasein é um estar-aberto para a percepção das coisas que se apresentam, permanecendo junto daquilo que lhe diz respeito. Aí vem a questão da espacialidade, onde o Dasein relata o cenário da forma como este se apresenta.
Heidegger vai dizer que “todo querer é um ansiar, mas nem todo ansiar é um querer”, no relato o Dasein mostra um querer, mas há determinantes que não o permite ser tudo o que quer ser.
Na impessionalidade o cantor começa dizendo que veio do Capão Redondo pra São Paulo e aponta quão diferente são as duas cidades enquanto se dá apenas uma hora e meia de distância entre elas, na sua fala diz que vindo de lá pra São Paulo ele vê carros novos, carro velho, gente apressada, gente sem destino, gente na rua olhando para as luzes assustado, olhando pra os prédios gigantes e que não precisa falar mais nada porque é São Paulo, já Capão Redondo, Jardim Miriam estava vendo o movimento dos “mano”, casas de tijolo vermelho, as escadas quebradas, rua cheia de lama, sete horas da noite o bar lotado, porque chegar do trabalho e entre “encarar” o Jornal Nacional e o bar, difícil é saber o que é pior.
Nessa fala do cantor, Heidegger (2006, apud Feijó 2012) vai dizer que,

“nessa falta de apoio, no esvaziamento por completo dos sentidos no mundo, é que o ser-aí se vê confrontado com uma indiferença radical. É na indiferença fenomenológica, na aparição da negatividade, que o foco desaparece em uma total experiência do nada, e é assim que se abre outra possibilidade de articulação