analise da música A de Ò
O início da escravidão do povo africano, começa anos antes da descoberta do Brasil, mas seria também, pelas mãos dos portugueses que isso aconteceria.
Segundo Cunha, precisamos dizer que todas as Igrejas Cristãs européias, participaram das agressões contra os povos africanos, depois da iniciativa da Igreja Católica. Também, que os motivos da igreja não eram apenas religiosos; pois ela lucrava com a exploração do escravismo, inclusive, possuía vários escravos também.
Os falsos argumentos eram retirados de interpretações de passagens bíblicas para dizer que os negros não tinham alma e que eram povos destinados pela Bíblia, a serem escravos.
Ele é brutamente arrancado de sua terra natal, trazido á força e já durante a viagem, que durava meses, era submetido a todo tipo de sofrimento e degradação humana. O negro chega ao Brasil com toda essa situação de deterioração da sua condição de gente.
Quando a estrofe da música A de Ó, fala em “fundo do medo” e “surdas correntes”, ela quer mostrar em que o negro foi transformado, quando o fizeram escravo.
Nessa busca de firmamento da sua condição humana, o povo negro, já escravizado e submetido, entra na casa dos senhores, pela cozinha, como “escravos de dentro”. Analisando a expressão, “os ricos fogões”, veem-se com clareza as principais funções que a mulher negra tinha, quando não trabalhava diretamente na agricultura. O trabalho doméstico e cuidado das crianças brancas, era todo realizado por elas.
O processo de coisificação do negro, é mostrado no verso da música que diz: “Estamos chegando dos pobres bordéis, da carne vendida que somos, viemos amar”.
Essa passagem marca a forma como a população de mulheres negras foi tratada, em primeiro lugar, pelos senhores, que por serem os proprietários, tinham direitos sobre elas, e depois do fim da escravidão,