Análise dos contos de miguel torga
Catiano Ferreira de Lima Polo de Araruna
Análise dos contos “Mago” e “Madalena” de Miguel Torga
Os contos “Mago” e “Madalena” fazem parte do conjunto de obras de um dos mais importantes poetas e escritores portugueses do século XX, Miguel Torga. Assim como as demais obras de Torga, os contos “Mago” e “Madalena” alcançam o caráter humanista. Obras pertencentes ao Neo-Realismo português, estes contos, apresentam em suas características parte das características totais neo-realistas. “Mago” e “Madalena” são os nomes das principais personagens dos contos aqui estudados. Estas personagens representam certas condições humanas. Os contos trazem um enfoque na narrativa que expõem o quadro psicológico das personagens:
“Mas a que propósito vinham agora semelhantes escrúpulos e recriminações? Sim, a que propósito? Fartinho de saber que nem sequer lhe passara seriamente pela cabeça a ideia de resolver o caso doutra maneira! Ao menos fosse sincero! De resto, que esforço concreto fizera para se libertar? Nenhum. Ainda não havia uma dúzia de horas, ouvira a voz do Lambão como um eco da própria consciência... E, afinal, ali estava outra vez! E viera de livre vontade... Ninguém o obrigara... Já roído de remorsos? Ora, ora! Outro fosse ele, nem aquela casa encarava mais. E voltara! Sim, voltara miseravelmente... E à procura de quê? Da paz podre dum conforto castrador... Que abjecção! Que náusea!” (Mago) “Estremeceu. Poderia ainda continuar? Poderia ainda arrastar-se, cheia de febre, extenuada, em ferida, pela serra a cabo? E as dores cada vez mais apertadas, que a varavam de lado a lado, a princípio rastejantes, quase voluptuosas, e depois piores que facadas? Não, não podia continuar. Agora só atirar-se ao chão e, como no dia de S. Martinho, rolar sobre a terra em brasa, negra, saibrosa, eriçada de tocos carbonizados, sem palha centeia a quebrar a