Análise do poema "Antes de nós nos mesmos arvoredos"
Antes de nós nos mesmos arvoredos
Passou o vento, quando havia vento,
E as folhas não falavam
De outro modo do que hoje.
O "nós" representa todos os seres humanos. Ou seja, neste poema encontramos reflexões e recomendações feitas pelo sujeito poético que se aplicam à humanidade.
Os arvoredos estão classificados como um elemento intemporal, um espaço físico. Antes de nós existirmos, aqueles arvoredos já existiam, já jaziam.
E antes dessa existência, o vento passava e criava um barulho nas folhas. Esse barulho é descrito como o falar das folhas. Diz-nos então o sujeito poético que antes de qualquer um de nós existir, as folhas falavam da mesma maneira que falam hoje.
Resumindo, antes da nossa existência, a natureza comportava-se da mesma maneira que se comporta na actualidade. As leis do universo são sempre constantes.
Passamos e agitamo-nos debalde.
Não fazemos mais ruído no que existe
Do que as folhas das árvores
Ou os passos do vento.
O sujeito poético afirma que passamos pelo mundo e agitamo-nos em vão. Criamos preocupações, emoções efusivas, esforçamo-nos e no fim não deixamos nenhuma marca no mundo (“no que existe”). É como se o vento passasse por nós e nos agitasse como faz com as folhas, sendo o vento um símbolo inconstância e de instabilidade.
Esta agitação humana não faz mais ruído que as folhas das árvores... É tão inútil que chega a ser tão insignificante como o barulho das folhas e da passagem do vento. As marcas deixadas pelas folhas e pelo vento são então comparadas às marcas que nós deixamos no mundo: são inuteis e insignificantes.
Ao longo destas primeiras estrofes, a natureza é apresentada como um elemento passivo à passagem do tempo, enquanto que o ser humano tem consciência dessa mesma passagem. Tentemos pois com abandono assíduo
Entregar nosso esforço à Natureza
E não querer mais vida
Que a das árvores verdes. Depois da